Heyduca Cursos – Blog https://blog.heyduca.com.br/ A sua plataforma de conhecimentos! Mon, 30 Dec 2024 15:28:59 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.7.2 https://blog.heyduca.com.br/wp-content/uploads/2024/12/cropped-icone-2-32x32.png Heyduca Cursos – Blog https://blog.heyduca.com.br/ 32 32 Compreendendo os movimentos dos bebês https://blog.heyduca.com.br/compreendendo-os-movimentos-dos-bebes/ https://blog.heyduca.com.br/compreendendo-os-movimentos-dos-bebes/#respond Mon, 30 Dec 2024 15:17:38 +0000 https://blog.heyduca.com.br/?p=738 Desde a sua formação no útero da mãe até um tempo após o nascimento, os movimentos dos bebês são, em sua maioria, movimentos reflexos. Os movimentos reflexos são respostas involuntárias a estímulos externos, controladas de forma subcortical, ou seja, pela medula espinhal, sem envolver os centros superiores do sistema nervoso, como o encéfalo. Isso ocorre porque, nos primeiros meses de vida, a bainha de mielina que envolve os neurônios e facilita a condução dos impulsos nervosos ainda não está plenamente desenvolvida. Assim, os impulsos nervosos não alcançam o nível de consciência, permanecendo na medula espinhal, onde desencadeiam respostas automáticas e padronizadas conhecidas como reflexos. Os bebês apresentam dois tipos principais de reflexos: primitivos e posturais. Os reflexos primitivos estão relacionados à sobrevivência, contribuindo para a nutrição e proteção. Um exemplo é o reflexo de busca, no qual o bebê, ao ter a área ao redor da boca estimulada, vira a cabeça em direção ao estímulo. Outro é o reflexo de sucção, ativado quando lábios, gengivas, língua ou palato duro são tocados, gerando movimentos de sucção. O reflexo de busca é mais forte nos três primeiros meses e pode durar até um ano, enquanto o de sucção geralmente desaparece por volta do terceiro mês, quando esse movimento passa a ser voluntário. Outro reflexo primitivo é o de preensão palmar, no qual o bebê fecha a mão firmemente em torno de um objeto que toca sua palma. Esse reflexo desaparece por volta do quarto mês. Nos pés, são observados o reflexo de Babinski, caracterizado pela extensão dos dedos ao toque na sola do pé, e o reflexo de preensão plantar, onde os dedos dos pés reagem a uma leve pressão no terço anterior do pé. O reflexo de Babinski é comum até os quatro meses, enquanto o de preensão plantar persiste até cerca de 12 meses. Os reflexos posturais, por outro lado, estão relacionados ao desenvolvimento de movimentos voluntários que ajudam na manutenção da postura ereta. Um exemplo é o reflexo de engatinhar, onde, ao pressionar a sola do pé do bebê em posição prona, ele assume movimentos que simulam o engatinhar. Esse reflexo desaparece por volta do terceiro ou quarto mês. Outro reflexo postural notável é o da marcha automática, em que o bebê, sustentado em pé, realiza movimentos que lembram os passos da caminhada. Este reflexo está presente ao nascimento e desaparece por volta dos cinco meses. Esses reflexos, tanto primitivos quanto posturais, são essenciais para o desenvolvimento motor. Em um bebê com desenvolvimento típico, todos os reflexos esperados devem estar presentes em cada etapa da vida. A ausência, desigualdade ou irregularidade de algum reflexo pode indicar possíveis disfunções ou danos neurológicos, exigindo uma avaliação mais detalhada. Conforme o sistema nervoso amadurece, os movimentos reflexos dão lugar aos movimentos voluntários. Por volta de um ano, os reflexos primitivos e posturais desaparecem, e a criança passa a responder de maneira intencional. Nesse momento, ela começa a desenvolver maior coordenação e controle motor, além de aprender a lidar com a força da gravidade. Essa transição gradual dos reflexos para movimentos voluntários marca o início dos movimentos rudimentares. O bebê, ao longo de seu desenvolvimento, aprende a estabilizar o corpo em diferentes posturas, começando pela cabeça e pescoço, passando pelo tronco e, por fim, pelos membros inferiores. Essa sequência permite que ele se sente, rasteje, engatinhe e, finalmente, caminhe. Ao mesmo tempo, desenvolve habilidades de manipulação, como alcançar, segurar e soltar objetos, elementos fundamentais para o domínio motor. Referências: GALLAHUE, David; OZMUN, John; GOODWAY, Jacqueline. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. Porto Alegre: AMGH, 2013. HAYWOOD, Kathleen; GETCHEL, Nancy. Desenvolvimento motor ao longo da vida. Porto Alegre: Artmed, 2010.

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Desde a sua formação no útero da mãe até um tempo após o nascimento, os movimentos dos bebês são, em sua maioria, movimentos reflexos.

Os movimentos reflexos são respostas involuntárias a estímulos externos, controladas de forma subcortical, ou seja, pela medula espinhal, sem envolver os centros superiores do sistema nervoso, como o encéfalo. Isso ocorre porque, nos primeiros meses de vida, a bainha de mielina que envolve os neurônios e facilita a condução dos impulsos nervosos ainda não está plenamente desenvolvida. Assim, os impulsos nervosos não alcançam o nível de consciência, permanecendo na medula espinhal, onde desencadeiam respostas automáticas e padronizadas conhecidas como reflexos.

Os bebês apresentam dois tipos principais de reflexos: primitivos e posturais. Os reflexos primitivos estão relacionados à sobrevivência, contribuindo para a nutrição e proteção. Um exemplo é o reflexo de busca, no qual o bebê, ao ter a área ao redor da boca estimulada, vira a cabeça em direção ao estímulo. Outro é o reflexo de sucção, ativado quando lábios, gengivas, língua ou palato duro são tocados, gerando movimentos de sucção. O reflexo de busca é mais forte nos três primeiros meses e pode durar até um ano, enquanto o de sucção geralmente desaparece por volta do terceiro mês, quando esse movimento passa a ser voluntário.

Outro reflexo primitivo é o de preensão palmar, no qual o bebê fecha a mão firmemente em torno de um objeto que toca sua palma. Esse reflexo desaparece por volta do quarto mês. Nos pés, são observados o reflexo de Babinski, caracterizado pela extensão dos dedos ao toque na sola do pé, e o reflexo de preensão plantar, onde os dedos dos pés reagem a uma leve pressão no terço anterior do pé. O reflexo de Babinski é comum até os quatro meses, enquanto o de preensão plantar persiste até cerca de 12 meses.

Os reflexos posturais, por outro lado, estão relacionados ao desenvolvimento de movimentos voluntários que ajudam na manutenção da postura ereta. Um exemplo é o reflexo de engatinhar, onde, ao pressionar a sola do pé do bebê em posição prona, ele assume movimentos que simulam o engatinhar. Esse reflexo desaparece por volta do terceiro ou quarto mês. Outro reflexo postural notável é o da marcha automática, em que o bebê, sustentado em pé, realiza movimentos que lembram os passos da caminhada. Este reflexo está presente ao nascimento e desaparece por volta dos cinco meses.

Esses reflexos, tanto primitivos quanto posturais, são essenciais para o desenvolvimento motor. Em um bebê com desenvolvimento típico, todos os reflexos esperados devem estar presentes em cada etapa da vida. A ausência, desigualdade ou irregularidade de algum reflexo pode indicar possíveis disfunções ou danos neurológicos, exigindo uma avaliação mais detalhada.

Conforme o sistema nervoso amadurece, os movimentos reflexos dão lugar aos movimentos voluntários. Por volta de um ano, os reflexos primitivos e posturais desaparecem, e a criança passa a responder de maneira intencional. Nesse momento, ela começa a desenvolver maior coordenação e controle motor, além de aprender a lidar com a força da gravidade.

Essa transição gradual dos reflexos para movimentos voluntários marca o início dos movimentos rudimentares. O bebê, ao longo de seu desenvolvimento, aprende a estabilizar o corpo em diferentes posturas, começando pela cabeça e pescoço, passando pelo tronco e, por fim, pelos membros inferiores. Essa sequência permite que ele se sente, rasteje, engatinhe e, finalmente, caminhe. Ao mesmo tempo, desenvolve habilidades de manipulação, como alcançar, segurar e soltar objetos, elementos fundamentais para o domínio motor.

Fonte: www.pexels.com

Referências:

GALLAHUE, David; OZMUN, John; GOODWAY, Jacqueline. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. Porto Alegre: AMGH, 2013.

HAYWOOD, Kathleen; GETCHEL, Nancy. Desenvolvimento motor ao longo da vida. Porto Alegre: Artmed, 2010.

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O transtorno do Desenvolvimento da Coordenação (TDC) https://blog.heyduca.com.br/o-transtorno-do-desenvolvimento-da-coordenacao-tdc/ https://blog.heyduca.com.br/o-transtorno-do-desenvolvimento-da-coordenacao-tdc/#respond Fri, 06 Dec 2024 19:22:43 +0000 https://blog.heyduca.com.br/?p=732 O transtorno do desenvolvimento da coordenação, conhecido pela a sua forma abreviada, TDC, se manifesta como uma dificuldade de executar diversas habilidades motoras, inclusive aquelas atividades da vida diária como: alimentar-se, vestir-se, abotoar, amarrar cadarço e andar e não está associada a condições médicas ou a alguma doença neurológica (LAGE, 2020; WEBER et al.; 2023). A criança com TDC apresenta uma coordenação motora abaixo da expectativa de sua idade, muitas vezes é chamada de desajeitada e pode apresentar atrasos nos marcos motores iniciais. As dificuldades de coordenação de habilidades motoras amplas e finas podem acarretar prejuízos acadêmicos ou dificuldades na realização de atividades do dia a dia, pois apresentam dificuldades de equilíbrio, coordenação e destreza (LAGE, 2020). Além disso, para conseguir controlar os movimentos, crianças com TDC precisam de um maior nível de concentração e ajuste antecipatório e tempo de reação. O problema é que esses ajustes podem não ser suficientemente eficientes para que o movimento aconteça de forma coordenada, o que leva a frustração, pois notam que não conseguem realizar como seus colegas (WEBER et al.; 2023). Estudos tem demonstrado que o TDC pode causar prejuízos no desempenho acadêmico, escolhas vocacionais e a busca por momentos de lazer (PURCELL et al., 2023). Ainda, como consequências secundárias, pode acontecer diminuição da autoestima, depressão, ansiedade, isolamento social, problemas com colegas e a não participação em atividades físicas, o que pode impactar de forma negativa a qualidade de vida (PURCELL et al., 2023). O TDC persiste pela vida adulta e tem-se notado que pessoas com TDC possuem uma baixa aptidão física, são menos fisicamente ativos e têm baixa percepção de competência atlética (PURCELL et al., 2023). O diagnóstico do TDC é dado a partir da avaliação de quatro critérios, definidos no DSM-V-TR (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders – 5a edição – revisada):  Apesar do profissional de Educação Física estar diretamente ligado às práticas esportivas e de atividades físicas, o diagnóstico não é dado por ele e sim por médicos e psicólogos, a partir de uma longa avaliação. Cabe ao profissional de Educação Física estar atento aos sinais apresentados pelo aluno e incentivar os pais e responsáveis e até mesmo o aluno, a procurarem um profissional qualificado para o diagnóstico. O profissional de Educação Física pode trabalhar com a intervenção motora com as crianças com TDC, o que tem demonstrado benefícios na coordenação motora desta população. Referências: AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders. 5ed – Text Revision. Washington, DC: American Psychiatric Publishing, 2022. LAGE, Guilherme Menezes. Comportamento motor nos transtornos de desenvolvimento. Belo Horizonte: Ampla, 2020. PURCELL, Catherine; SCHOTT, Nadja; RAPOS, Victoria; ZWICKER, Jill; WILMUT, Kate. Understanding factors that influence physical activity behavior in people with developmental coordination disorder (DCD): a mixed-methods convergent integrated systematic review. Frontiers, 2023. WEBER, Meyene Duque; DRAGHI, Tatiane Targino Gomes; ROHR, Lisa Araujo; CAVALCANTE-NETO, Jorge Lopes; TUDELLA, Eloisa. Health related quality of life in children with developmental coordination disorder: a systematic review. Health and quality of life outcomes, 2023.

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O transtorno do desenvolvimento da coordenação, conhecido pela a sua forma abreviada, TDC, se manifesta como uma dificuldade de executar diversas habilidades motoras, inclusive aquelas atividades da vida diária como: alimentar-se, vestir-se, abotoar, amarrar cadarço e andar e não está associada a condições médicas ou a alguma doença neurológica (LAGE, 2020; WEBER et al.; 2023).

A criança com TDC apresenta uma coordenação motora abaixo da expectativa de sua idade, muitas vezes é chamada de desajeitada e pode apresentar atrasos nos marcos motores iniciais. As dificuldades de coordenação de habilidades motoras amplas e finas podem acarretar prejuízos acadêmicos ou dificuldades na realização de atividades do dia a dia, pois apresentam dificuldades de equilíbrio, coordenação e destreza (LAGE, 2020). Além disso, para conseguir controlar os movimentos, crianças com TDC precisam de um maior nível de concentração e ajuste antecipatório e tempo de reação. O problema é que esses ajustes podem não ser suficientemente eficientes para que o movimento aconteça de forma coordenada, o que leva a frustração, pois notam que não conseguem realizar como seus colegas (WEBER et al.; 2023).

Estudos tem demonstrado que o TDC pode causar prejuízos no desempenho acadêmico, escolhas vocacionais e a busca por momentos de lazer (PURCELL et al., 2023). Ainda, como consequências secundárias, pode acontecer diminuição da autoestima, depressão, ansiedade, isolamento social, problemas com colegas e a não participação em atividades físicas, o que pode impactar de forma negativa a qualidade de vida (PURCELL et al., 2023). O TDC persiste pela vida adulta e tem-se notado que pessoas com TDC possuem uma baixa aptidão física, são menos fisicamente ativos e têm baixa percepção de competência atlética (PURCELL et al., 2023).

O diagnóstico do TDC é dado a partir da avaliação de quatro critérios, definidos no DSM-V-TR (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders – 5a edição – revisada): 

  1. Desempenho motor abaixo do esperado para a idade cronológica; 
  2.  Prejuízo na realização de tarefas motoras em casa e nas atividades escolares diárias da criança;  
  3. Déficit nas habilidades motoras no período inicial do desenvolvimento; e,
  4. Déficits não inerentes a condições neurológicas ou deficiência visual ou intelectual (APA, 2022).  

Apesar do profissional de Educação Física estar diretamente ligado às práticas esportivas e de atividades físicas, o diagnóstico não é dado por ele e sim por médicos e psicólogos, a partir de uma longa avaliação. Cabe ao profissional de Educação Física estar atento aos sinais apresentados pelo aluno e incentivar os pais e responsáveis e até mesmo o aluno, a procurarem um profissional qualificado para o diagnóstico. O profissional de Educação Física pode trabalhar com a intervenção motora com as crianças com TDC, o que tem demonstrado benefícios na coordenação motora desta população.

Fonte: www.pexels.com

Referências: AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders. 5ed – Text Revision. Washington, DC: American Psychiatric Publishing, 2022.

LAGE, Guilherme Menezes. Comportamento motor nos transtornos de desenvolvimento. Belo Horizonte: Ampla, 2020.

PURCELL, Catherine; SCHOTT, Nadja; RAPOS, Victoria; ZWICKER, Jill; WILMUT, Kate. Understanding factors that influence physical activity behavior in people with developmental coordination disorder (DCD): a mixed-methods convergent integrated systematic review. Frontiers, 2023. WEBER, Meyene Duque; DRAGHI, Tatiane Targino Gomes; ROHR, Lisa Araujo; CAVALCANTE-NETO, Jorge Lopes; TUDELLA, Eloisa. Health related quality of life in children with developmental coordination disorder: a systematic review. Health and quality of life outcomes, 2023.

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Adultos e idosos são capazes de aprender novos movimentos? https://blog.heyduca.com.br/adultos-e-idosos-sao-capazes-de-aprender-novos-movimentos/ https://blog.heyduca.com.br/adultos-e-idosos-sao-capazes-de-aprender-novos-movimentos/#respond Thu, 05 Dec 2024 14:42:33 +0000 https://blog.heyduca.com.br/?p=697 Você viu na matéria anterior como a criança e o adolescente desenvolvem seus movimentos. Apresentamos um modelo teórico análogo a uma ampulheta em que os movimentos são desenvolvidos em fases e estágios. Mas, e na fase adulta, paramos de desenvolver novos movimentos?O que é explicado pela ampulheta é que em uma determinada idade, ela vira. Para alguns adultos, ela vira de uma vez, ou seja, as pessoas entram para o mercado de trabalho, constituem família e abandonam a prática de exercício físico e consequentemente não adquirem novas habilidades. A figura 3 demonstra a ampulheta invertida. Figura 3: A ampulheta invertida na vida adulta e no envelhecimento, adaptado de Gallahue; Ozmun; Goodway (2013). Assim, vemos que a areia (habilidades aprendidas até a fase adulta) escoa por dois filtros distintos: o filtro da hereditariedade, que não podemos mudar (predisposição genética para doenças, por exemplo) e o filtro do estilo de vida, que seria aptidão física, estado nutricional, dieta, exercício físico e qualidade de vida, o qual temos controle. Assim, essa areia pode escoar de forma rápida ou lenta, a depender desses filtros. Nada poderá impedir a areia de escoar, mas o filtro do estilo de vida, pode reduzir a taxa desse escoamento, por ter sua base ambiental.No topo da ampulheta da figura 3, tem um recipiente que introduz novos aprendizados ao longo da vida (mais areia). Isso significa que temos sempre a oportunidade de novos aprendizados ao longo da vida, por meio da prática e novas experiências. No entanto, não é possível acrescentar mais areia do que escoa, pois assim estaríamos em busca da imortalidade.Assim, adultos e idosos podem sim aprender novas habilidades, mas o aprendizado vai depender do seu repertório motor adquirido na infância e adolescência (da areia na ampulheta) e dos filtros da hereditariedade e hábitos de vida. GALLAHUE, David; OZMUN, John; GOODWAY, Jacqueline. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. Porto Alegre: AMGH, 2013.

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Você viu na matéria anterior como a criança e o adolescente desenvolvem seus movimentos. Apresentamos um modelo teórico análogo a uma ampulheta em que os movimentos são desenvolvidos em fases e estágios. Mas, e na fase adulta, paramos de desenvolver novos movimentos?
O que é explicado pela ampulheta é que em uma determinada idade, ela vira. Para alguns adultos, ela vira de uma vez, ou seja, as pessoas entram para o mercado de trabalho, constituem família e abandonam a prática de exercício físico e consequentemente não adquirem novas habilidades.

A figura 3 demonstra a ampulheta invertida.

Figura 3: A ampulheta invertida na vida adulta e no envelhecimento, adaptado de Gallahue; Ozmun; Goodway (2013).

Assim, vemos que a areia (habilidades aprendidas até a fase adulta) escoa por dois filtros distintos: o filtro da hereditariedade, que não podemos mudar (predisposição genética para doenças, por exemplo) e o filtro do estilo de vida, que seria aptidão física, estado nutricional, dieta, exercício físico e qualidade de vida, o qual temos controle. Assim, essa areia pode escoar de forma rápida ou lenta, a depender desses filtros. Nada poderá impedir a areia de escoar, mas o filtro do estilo de vida, pode reduzir a taxa desse escoamento, por ter sua base ambiental.
No topo da ampulheta da figura 3, tem um recipiente que introduz novos aprendizados ao longo da vida (mais areia). Isso significa que temos sempre a oportunidade de novos aprendizados ao longo da vida, por meio da prática e novas experiências. No entanto, não é possível acrescentar mais areia do que escoa, pois assim estaríamos em busca da imortalidade.
Assim, adultos e idosos podem sim aprender novas habilidades, mas o aprendizado vai depender do seu repertório motor adquirido na infância e adolescência (da areia na ampulheta) e dos filtros da hereditariedade e hábitos de vida.

GALLAHUE, David; OZMUN, John; GOODWAY, Jacqueline. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. Porto Alegre: AMGH, 2013.

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O desenvolvimento motor ao longo da vida: fases, estágios e aplicações. https://blog.heyduca.com.br/o-desenvolvimento-motor-ao-longo-da-vida-fases-estagios-e-aplicacoes/ https://blog.heyduca.com.br/o-desenvolvimento-motor-ao-longo-da-vida-fases-estagios-e-aplicacoes/#respond Thu, 05 Dec 2024 14:30:22 +0000 https://blog.heyduca.com.br/?p=693 O desenvolvimento motor envolve a mudança contínua do comportamento motor ao longo da vida. Desde o nascimento até a fase adulta, estamos em constante aprendizado sobre como nos movimentar com competência e controle, independentemente do ambiente em que nos encontramos. Durante esse processo, tanto o caminho percorrido quanto os resultados observados nos fornecem informações valiosas sobre os mecanismos motores subjacentes. O movimento é essencial para que o desenvolvimento motor aconteça. Uma forma eficiente de estudar esse processo é examinando a progressão sequencial das habilidades motoras ao longo da vida. Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) utilizam a analogia de uma ampulheta para ilustrar esse processo. Imagine uma ampulheta, como aquelas usadas em jogos de tabuleiro: ao ser virada, a areia começa a escorrer, marcando o tempo. A Figura 1 ajudará você a visualizar esse conceito. Figura 1: Fases e estágios do desenvolvimento motor. Adaptado de Gallahue; Ozmun; Goodway (2013). A figura apresenta o modelo teórico em forma de ampulheta, organizado por fases e estágios. Vamos conhecer cada um deles: Essa fase é caracterizada por movimentos involuntários, controlados por regiões subcorticais, como a medula espinhal. O bebê responde automaticamente a estímulos táteis, visuais, auditivos e de pressão, sem intenção consciente. Nessa fase, surgem os primeiros movimentos voluntários e previsíveis. O desenvolvimento envolve habilidades de estabilização (controle da cabeça, pescoço e tronco), manipulação (alcançar e pegar objetos) e locomoção (arrastar-se, engatinhar e caminhar). Nessa fase, as crianças exploram diferentes formas de movimento, aprendendo habilidades fundamentais de estabilização, locomoção e manipulação, primeiro de forma isolada e depois combinada. Exemplos incluem chutar, correr, saltar e arremessar. Esta fase é uma evolução da fase fundamental, com as habilidades sendo refinadas e adaptadas para diferentes contextos. Por exemplo, habilidades básicas como pular e saltar são aplicadas em atividades como pular corda, enquanto habilidades mais complexas, como driblar e arremessar, são utilizadas em esportes como basquete. Ao longo da vida, essas habilidades são aplicadas em atividades diárias, recreativas ou competitivas. E o que acontece depois da fase especializada? Isso é assunto para o nosso próximo post! Fique atento e nos acompanhe para descobrir mais sobre o desenvolvimento motor. GALLAHUE, David; OZMUN, John; GOODWAY, Jacqueline. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. Porto Alegre: AMGH, 2013.

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O desenvolvimento motor envolve a mudança contínua do comportamento motor ao longo da vida. Desde o nascimento até a fase adulta, estamos em constante aprendizado sobre como nos movimentar com competência e controle, independentemente do ambiente em que nos encontramos. Durante esse processo, tanto o caminho percorrido quanto os resultados observados nos fornecem informações valiosas sobre os mecanismos motores subjacentes.

O movimento é essencial para que o desenvolvimento motor aconteça. Uma forma eficiente de estudar esse processo é examinando a progressão sequencial das habilidades motoras ao longo da vida. Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) utilizam a analogia de uma ampulheta para ilustrar esse processo. Imagine uma ampulheta, como aquelas usadas em jogos de tabuleiro: ao ser virada, a areia começa a escorrer, marcando o tempo. A Figura 1 ajudará você a visualizar esse conceito.

Figura 1: Fases e estágios do desenvolvimento motor. Adaptado de Gallahue; Ozmun; Goodway (2013).

A figura apresenta o modelo teórico em forma de ampulheta, organizado por fases e estágios. Vamos conhecer cada um deles:

  1. Fase Motora Reflexa (vida pré-natal até 1 ano)

Essa fase é caracterizada por movimentos involuntários, controlados por regiões subcorticais, como a medula espinhal. O bebê responde automaticamente a estímulos táteis, visuais, auditivos e de pressão, sem intenção consciente.

  • Estágio de Codificação: dos movimentos fetais até os 4 meses.
  • Estágio de Decodificação: dos 4 meses a 1 ano.

  1. Fase Motora Rudimentar (nascimento até 2 anos)

Nessa fase, surgem os primeiros movimentos voluntários e previsíveis. O desenvolvimento envolve habilidades de estabilização (controle da cabeça, pescoço e tronco), manipulação (alcançar e pegar objetos) e locomoção (arrastar-se, engatinhar e caminhar).

  • Estágio de Inibição do Reflexo: do nascimento a 1 ano.
  • Estágio de Pré-controle: de 1 a 2 anos.

  1. Fase Motora Fundamental (2 a 7 anos)

Nessa fase, as crianças exploram diferentes formas de movimento, aprendendo habilidades fundamentais de estabilização, locomoção e manipulação, primeiro de forma isolada e depois combinada. Exemplos incluem chutar, correr, saltar e arremessar.

  • Estágio Inicial: 2 a 3 anos.
  • Estágio Elementar Emergente: 3 a 5 anos.
  • Estágio Proficiente: 5 a 7 anos.

  1. Fase Motora Especializada (a partir dos 7 anos)

Esta fase é uma evolução da fase fundamental, com as habilidades sendo refinadas e adaptadas para diferentes contextos. Por exemplo, habilidades básicas como pular e saltar são aplicadas em atividades como pular corda, enquanto habilidades mais complexas, como driblar e arremessar, são utilizadas em esportes como basquete. Ao longo da vida, essas habilidades são aplicadas em atividades diárias, recreativas ou competitivas.

  • Estágio de Transição: 7 a 10 anos.
  • Estágio de Aplicação: 11 a 13 anos.
  • Estágio de Utilização ao Longo da Vida: após os 13 anos.

E o que acontece depois da fase especializada? Isso é assunto para o nosso próximo post! Fique atento e nos acompanhe para descobrir mais sobre o desenvolvimento motor. GALLAHUE, David; OZMUN, John; GOODWAY, Jacqueline. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. Porto Alegre: AMGH, 2013.

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As categorias de movimento. https://blog.heyduca.com.br/as-categorias-de-movimento/ https://blog.heyduca.com.br/as-categorias-de-movimento/#respond Thu, 05 Dec 2024 13:17:36 +0000 https://blog.heyduca.com.br/?p=686 Quando falamos em desenvolvimento motor, referimo-nos às mudanças que ocorrem no comportamento motor ao longo da vida. Isso abrange tanto o desenvolvimento quanto a aprendizagem de habilidades motoras ao longo do tempo. Essas habilidades podem ser adquiridas ou aprendidas à medida que os anos passam. Um bebê de seis meses adquire a habilidade de se sentar devido ao processo maturacional alcançado nessa idade. Já aos cinco anos, habilidades como chutar, arremessar e saltar podem ser ensinadas e aprimoradas através da prática. Por exemplo, um bebê de seis meses precisa primeiro estabilizar a coluna até a altura da cintura para conseguir sentar-se sem apoio. A locomoção, como engatinhar e caminhar, não ocorre ainda porque os membros inferiores não alcançaram maturidade suficiente para fornecer a estabilização necessária para a locomoção. Entretanto, o bebê começa a manipular objetos de forma consciente e rudimentar com as mãos, pois seus membros superiores já atingiram a maturidade necessária para isso. Em contrapartida, uma criança mais velha possui uma melhor estabilidade, permitindo-lhe aprender habilidades motoras mais complexas de locomoção e manipulação de objetos. A partir desses exemplos, podemos identificar que as habilidades motoras, ao longo da vida, podem ser caracterizadas por três aspectos: estabilização, locomoção e manipulação. Sentar-se aos seis meses de idade envolve apenas estabilização, enquanto segurar um objeto envolve tanto estabilização quanto manipulação. Por outro lado, uma criança de cinco anos, ao arremessar uma bola parada, precisa estabilizar-se e manipular a bola. Se essa criança arremessar a bola enquanto caminha pela quadra, essa habilidade incluirá estabilização, manipulação e locomoção. Como ocorre o desenvolvimento dessas características das habilidades motoras? É o que abordaremos nesta aula. Desenvolvimento da Estabilização A estabilização é a mais simples e fundamental das habilidades motoras, pois envolve o controle da musculatura contra a gravidade. Seu desempenho é muitas vezes simples, mas essencial para a execução de outras habilidades. A estabilização inclui habilidades como ficar de pé, sentar-se, equilibrar-se em um pé só, realizar inversões (como a parada de mãos) e agachar, entre outras. Para o desenvolvimento de um repertório robusto de habilidades motoras, é necessário o amadurecimento da estabilização para sustentar o movimento principal. Para entender melhor, é importante lembrar que grande parte do desenvolvimento do sistema nervoso ocorre após o nascimento, seguindo uma direção que vai da cabeça aos pés (cefalocaudal) e do centro do corpo para as extremidades (proximodistal). Assim, a estabilização começa pela cabeça, seguida pelo pescoço, tronco, pernas e pés (cefalocaudal). À medida que o tronco se estabiliza, a criança desenvolve a capacidade de estabilizar os braços, depois os antebraços, mãos e dedos (proximodistal). Com a estabilização em progresso, os movimentos de manipulação e locomoção também começam a se desenvolver. No entanto, é essencial que a estabilização ocorra primeiro. Assim, quando o pescoço e o tronco são estabilizados, a criança é capaz de sentar-se sem apoio. Quando a parte superior das pernas (coxa) se estabiliza, a criança pode inclinar o tronco para frente para engatinhar. Nesse ponto, os braços já são suficientemente desenvolvidos para fornecer estabilização durante o engatinhar. Quando a parte inferior das pernas amadurece, a criança pode ficar de pé, o que posteriormente permite o início da marcha. Alguns autores sugerem que exista uma sequência previsível de comportamentos motores, denominados marcos motores (SHUMWAY-COOK; WOOLACOTT, 2003). Esses marcos motores são comuns na maioria das crianças e acontecem dentro de uma faixa etária, como mostra a figura 1. Figura 1: Os marcos motores que surgem com a estabilização. Com 2 meses, a estabilização de cabeça e pescoço permite o rastejar. Entre 6 e 7 meses, a estabilização do tronco permite o sentar-se, entre 8 e 10 meses, a estabilização de porção superior de coxa, permite o engatinhar, entre 9 e 10 meses, a estabilização de membros inferiores, permite o ficar em pé com apoio, entre 12 e 13 meses, o ficar em pé independente e entre 14 e 18 meses, o caminhar. Fonte: adaptado de Shumway-Cook; Woolacott, 2013, imagens: www.pexel.com. O desenvolvimento de cada habilidade ocorre através do processo de maturação da criança e envolve também a aprendizagem da coordenação das informações sensório-motoras. Por exemplo, quando a criança começa a se sentar sem apoio, ela aprende a coordenar as informações sensório-motoras relacionadas à cabeça e ao tronco, ou seja, a criança adquire o controle da inclinação espontânea do corpo, o que contribui para que ela se mantenha ereta. Desenvolvimento da Locomoção A locomoção pode ser definida como o ato ou a capacidade de se mover de um lugar para outro (HAYWOOD; GRETCHELL, 2010). As primeiras formas de locomoção começam com o rastejar, seguido pelo engatinhar, e eventualmente evoluem para a caminhada. Posteriormente, a locomoção pode avançar para a corrida, o galope e os saltos, dependendo das restrições impostas pelo indivíduo, pelo ambiente e pela tarefa. Figura 2: Os primeiros passos da criança são marcados por uma pequena extensão das pernas e quadril, a pisada é com o pé chapado e afastados um do outro sem rotação de tronco. Os braços ficam levantados em guarda alta. Imagem: www.pexel.com Ao longo da vida, a maioria das pessoas mantém uma sincronia fundamental no ato de caminhar, que consiste na alternância das pernas. Isso ocorre de modo que a perna direita esteja no meio do seu movimento quando a perna esquerda começa o seu, com um período em que ambas as pernas estão em contato com o solo, seguido de uma fase de apoio unilateral. Essa organização temporal relativa tende a permanecer estável ao longo da vida. No entanto, conforme o corpo ou o ambiente mudam, o tempo absoluto (a rapidez ou lentidão) e a altura ou o comprimento do passo podem variar. Outra forma de locomoção que começa na infância é a corrida, que também envolve a alternância das pernas, mas inclui uma fase aérea, em que ambos os pés estão fora do solo. À medida que a criança cresce e se desenvolve, ela também adquire habilidades como saltitar, galopar, deslizar e realizar outros tipos de saltos. Essas formas de locomoção são amplamente utilizadas em brincadeiras e atividades. A criança,

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Quando falamos em desenvolvimento motor, referimo-nos às mudanças que ocorrem no comportamento motor ao longo da vida. Isso abrange tanto o desenvolvimento quanto a aprendizagem de habilidades motoras ao longo do tempo. Essas habilidades podem ser adquiridas ou aprendidas à medida que os anos passam.

Um bebê de seis meses adquire a habilidade de se sentar devido ao processo maturacional alcançado nessa idade. Já aos cinco anos, habilidades como chutar, arremessar e saltar podem ser ensinadas e aprimoradas através da prática. Por exemplo, um bebê de seis meses precisa primeiro estabilizar a coluna até a altura da cintura para conseguir sentar-se sem apoio. A locomoção, como engatinhar e caminhar, não ocorre ainda porque os membros inferiores não alcançaram maturidade suficiente para fornecer a estabilização necessária para a locomoção. Entretanto, o bebê começa a manipular objetos de forma consciente e rudimentar com as mãos, pois seus membros superiores já atingiram a maturidade necessária para isso. Em contrapartida, uma criança mais velha possui uma melhor estabilidade, permitindo-lhe aprender habilidades motoras mais complexas de locomoção e manipulação de objetos.

A partir desses exemplos, podemos identificar que as habilidades motoras, ao longo da vida, podem ser caracterizadas por três aspectos: estabilização, locomoção e manipulação. Sentar-se aos seis meses de idade envolve apenas estabilização, enquanto segurar um objeto envolve tanto estabilização quanto manipulação. Por outro lado, uma criança de cinco anos, ao arremessar uma bola parada, precisa estabilizar-se e manipular a bola. Se essa criança arremessar a bola enquanto caminha pela quadra, essa habilidade incluirá estabilização, manipulação e locomoção.

Como ocorre o desenvolvimento dessas características das habilidades motoras? É o que abordaremos nesta aula.

Desenvolvimento da Estabilização

A estabilização é a mais simples e fundamental das habilidades motoras, pois envolve o controle da musculatura contra a gravidade. Seu desempenho é muitas vezes simples, mas essencial para a execução de outras habilidades. A estabilização inclui habilidades como ficar de pé, sentar-se, equilibrar-se em um pé só, realizar inversões (como a parada de mãos) e agachar, entre outras. Para o desenvolvimento de um repertório robusto de habilidades motoras, é necessário o amadurecimento da estabilização para sustentar o movimento principal.

Para entender melhor, é importante lembrar que grande parte do desenvolvimento do sistema nervoso ocorre após o nascimento, seguindo uma direção que vai da cabeça aos pés (cefalocaudal) e do centro do corpo para as extremidades (proximodistal). Assim, a estabilização começa pela cabeça, seguida pelo pescoço, tronco, pernas e pés (cefalocaudal). À medida que o tronco se estabiliza, a criança desenvolve a capacidade de estabilizar os braços, depois os antebraços, mãos e dedos (proximodistal). Com a estabilização em progresso, os movimentos de manipulação e locomoção também começam a se desenvolver. No entanto, é essencial que a estabilização ocorra primeiro.

Assim, quando o pescoço e o tronco são estabilizados, a criança é capaz de sentar-se sem apoio. Quando a parte superior das pernas (coxa) se estabiliza, a criança pode inclinar o tronco para frente para engatinhar. Nesse ponto, os braços já são suficientemente desenvolvidos para fornecer estabilização durante o engatinhar. Quando a parte inferior das pernas amadurece, a criança pode ficar de pé, o que posteriormente permite o início da marcha.

Alguns autores sugerem que exista uma sequência previsível de comportamentos motores, denominados marcos motores (SHUMWAY-COOK; WOOLACOTT, 2003). Esses marcos motores são comuns na maioria das crianças e acontecem dentro de uma faixa etária, como mostra a figura 1.

Figura 1: Os marcos motores que surgem com a estabilização. Com 2 meses, a estabilização de cabeça e pescoço permite o rastejar. Entre 6 e 7 meses, a estabilização do tronco permite o sentar-se, entre 8 e 10 meses, a estabilização de porção superior de coxa, permite o engatinhar, entre 9 e 10 meses, a estabilização de membros inferiores, permite o ficar em pé com apoio, entre 12 e 13 meses, o ficar em pé independente e entre 14 e 18 meses, o caminhar. Fonte: adaptado de Shumway-Cook; Woolacott, 2013, imagens: www.pexel.com.

O desenvolvimento de cada habilidade ocorre através do processo de maturação da criança e envolve também a aprendizagem da coordenação das informações sensório-motoras. Por exemplo, quando a criança começa a se sentar sem apoio, ela aprende a coordenar as informações sensório-motoras relacionadas à cabeça e ao tronco, ou seja, a criança adquire o controle da inclinação espontânea do corpo, o que contribui para que ela se mantenha ereta.

Desenvolvimento da Locomoção A locomoção pode ser definida como o ato ou a capacidade de se mover de um lugar para outro (HAYWOOD; GRETCHELL, 2010). As primeiras formas de locomoção começam com o rastejar, seguido pelo engatinhar, e eventualmente evoluem para a caminhada. Posteriormente, a locomoção pode avançar para a corrida, o galope e os saltos, dependendo das restrições impostas pelo indivíduo, pelo ambiente e pela tarefa.

Figura 2: Os primeiros passos da criança são marcados por uma pequena extensão das pernas e quadril, a pisada é com o pé chapado e afastados um do outro sem rotação de tronco. Os braços ficam levantados em guarda alta. Imagem: www.pexel.com

Ao longo da vida, a maioria das pessoas mantém uma sincronia fundamental no ato de caminhar, que consiste na alternância das pernas. Isso ocorre de modo que a perna direita esteja no meio do seu movimento quando a perna esquerda começa o seu, com um período em que ambas as pernas estão em contato com o solo, seguido de uma fase de apoio unilateral. Essa organização temporal relativa tende a permanecer estável ao longo da vida. No entanto, conforme o corpo ou o ambiente mudam, o tempo absoluto (a rapidez ou lentidão) e a altura ou o comprimento do passo podem variar.

Outra forma de locomoção que começa na infância é a corrida, que também envolve a alternância das pernas, mas inclui uma fase aérea, em que ambos os pés estão fora do solo. À medida que a criança cresce e se desenvolve, ela também adquire habilidades como saltitar, galopar, deslizar e realizar outros tipos de saltos. Essas formas de locomoção são amplamente utilizadas em brincadeiras e atividades. A criança, naturalmente, consegue transitar de uma corrida para um galope, por exemplo. No entanto, a capacidade de desenvolver essas habilidades depende muito de suas características pessoais (restrições do indivíduo), como altura, peso, medo e motivação, bem como das condições do ambiente (espaço, tipo de solo, incentivo, características da prática).

Com o envelhecimento, as mudanças na locomoção não seguem um padrão como na infância, pois variam conforme fatores individuais, como lesões, alterações de peso, mudanças na força e no equilíbrio e o nível de condicionamento físico. Assim, os padrões de caminhada e corrida diferem de pessoa para pessoa. Além disso, os adultos tendem a abandonar formas de locomoção como o galope e o deslizar em suas atividades diárias, reservando essas habilidades para contextos específicos, como na dança.

Desenvolvimento da Manipulação

As habilidades de manipulação envolvem a aplicação de forças em objetos. O bebê inicia suas atividades manipulativas com habilidades básicas, como alcançar, pegar e soltar. Ao nascer, o bebê é capaz de segurar objetos, mas esse movimento é reflexo, ou seja, involuntário. A atividade de alcançar voluntariamente começa por volta dos quatro meses de vida, quando o bebê consegue fazer contato com o objeto através de ajustes mais precisos dos olhos e das mãos. Esses movimentos começam lentos e desajeitados, envolvendo os ombros e cotovelos. Por volta do quinto mês, a criança já é capaz de alcançar o objeto e fazer contato tátil com ele. A habilidade de alcançar é desenvolvida antes de a criança conseguir pegar o objeto, ou seja, segurá-lo com a mão. Assim, depois de desenvolver a habilidade de alcance, a criança consegue pegar o objeto com a mão inteira, embora sem muita firmeza. Por volta do sétimo mês, a palma da mão e os dedos tornam-se mais coordenados. Contudo, a pegada que envolve o polegar e os outros dedos só se desenvolve por volta do décimo segundo mês.

Embora uma criança de cinco meses consiga alcançar e pegar um objeto, ela ainda não aprendeu a soltar, pois não possui maturidade para relaxar os flexores dos dedos. A habilidade de soltar objetos é geralmente dominada por volta dos 14 meses, e aos 18 meses a criança já possui um controle bem coordenado de alcançar, pegar e soltar.

Figura 3: No quadro 1, o bebê já adquiriu a habilidade de alcançar um objeto. No quadro 2, o bebê já pega o objeto. O soltar acontece um pouco depois, por volta dos 14 meses. Imagens: www.pexel.com

Conforme a criança vai crescendo e amadurecendo, ela vai desenvolvendo outros tipos de habilidades manipulativas, muitas delas envolvem o controle de bola como: arremessar por sobre o ombro, chutar, rebater, driblar uma bola e lançar por baixo. Essas habilidades entram na lista de habilidades motoras fundamentais que são melhor desenvolvidas na infância para depois serem utilizadas em atividades esportivas e práticas de exercício físico (figura 4).

Figura 4: Habilidades manipulativas de controle de bola. Imagens: www.pexel.com.

O desenvolvimento das habilidades de estabilização, locomoção e manipulação são influenciados pela maturação e pelo aprendizado. Além disso, as restrições do próprio indivíduo, da tarefa e do ambiente podem influenciar de maneira positiva, sendo um fator encorajador/facilitador; ou de maneira negativa, sendo um fator desencorajador/dificultador.

GALLAHUE, David; OZMUN, John; GOODWAY, Jacqueline. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. Porto Alegre: AMGH, 2013.

HAYWOOD, Kathleen; GETCHEL, Nancy. Desenvolvimento motor ao longo da vida. Porto Alegre: Artmed, 2010.

SHUMWAY-COOK, Anne; WOOLLACOTT, Marjorie. Controle motor: teoria e aplicações práticas. Barueri: Manole, 2003

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Desenvolvimento motor: o que pode influenciar https://blog.heyduca.com.br/desenvolvimento-motor-o-que-pode-influenciar/ https://blog.heyduca.com.br/desenvolvimento-motor-o-que-pode-influenciar/#respond Thu, 05 Dec 2024 03:17:29 +0000 https://blog.heyduca.com.br/?p=674 O desenvolvimento humano abrange as mudanças contínuas que ocorrem no funcionamento do corpo ao longo de todo o ciclo da vida (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013). Essas mudanças podem estar relacionadas a fatores somáticos, biológicos e fisiológicos, sexuais, afetivos, cognitivos e motores. O desenvolvimento motor, especificamente, refere-se às alterações no comportamento motor desde a concepção até a morte, resultantes da interação entre a biologia do indivíduo, as exigências das tarefas motoras e as condições do ambiente de aprendizagem. O desenvolvimento motor é influenciado por diversos fatores que atuam de forma conjunta ou isolada. Para facilitar a compreensão, vamos dividi-los em fatores relacionados ao indivíduo, ao ambiente e à tarefa. Fatores do Indivíduo Direção do desenvolvimento: O desenvolvimento motor ocorre da cabeça para os pés (cefalocaudal) e do centro do corpo para as extremidades (proximodistal). Essa sequência é observada no bebê, desde a estabilização da cabeça, passando pelo pescoço, tronco, braços e pernas. Da mesma forma, a progressão dos movimentos controlados segue essa ordem, com o bebê rolando, sentando-se, engatinhando e caminhando. Acredita-se que essas direções (cefalocaudal e proximodistal) permaneçam em operação ao longo da vida, até o envelhecimento, quando a tendência é ocorrer o processo inverso, com os membros inferiores sendo os primeiros a regredir. Taxa de crescimento: A taxa de crescimento é um processo universal para todos os indivíduos e relativamente resistente a influências externas. Crianças que estão abaixo da média de crescimento podem alcançar a estatura de outras crianças da mesma idade. No entanto, problemas como alimentação inadequada, baixo peso ao nascer e desequilíbrios hormonais, se não tratados, podem impactar o desenvolvimento motor e cognitivo. Prontidão: Este conceito refere-se ao momento em que as exigências da tarefa, a biologia do indivíduo e as condições ambientais convergem, permitindo o domínio de uma habilidade. A prontidão depende da maturidade do indivíduo, das oportunidades do ambiente e da sensibilidade do professor em reconhecer quando o aluno está pronto para aprender determinada habilidade. Isso pode ter diversas implicações nas oportunidades de aprendizagem ao longo da vida. Períodos sensíveis de aprendizagem: Este é o período em que a aquisição de certas habilidades ocorre de maneira mais eficiente e eficaz. Os períodos sensíveis estão ligados à prontidão, ou seja, ocorrem quando a criança está preparada para aprender uma habilidade específica. Diferenças individuais: Cada pessoa é única e segue seu próprio cronograma de desenvolvimento, influenciado por hereditariedade e fatores ambientais. Existem idades médias para a aquisição de habilidades, que servem apenas como referências aproximadas. No entanto, pode haver variações de seis meses a um ano em relação a essas médias. As diferenças individuais explicam por que algumas pessoas estão prontas para aprender novas habilidades enquanto outras não, refletindo a prontidão. Fatores do Ambiente Interação entre pais e filhos: Acredita-se que exista um período sensível prolongado para o estabelecimento de vínculos entre pais e bebês nos primeiros meses de vida. A ausência dessa interação pode afetar tanto o ritmo quanto a extensão do desenvolvimento motor. Estímulo e privação: Indivíduos que não têm acesso a oportunidades, apoio de pais, familiares e amigos, ou a espaços adequados para práticas motoras, podem ter seu desenvolvimento motor, envolvimento com o exercício, esportes e composição corporal negativamente afetados. Outro fator importante é o tempo excessivo gasto em atividades sedentárias e a falta de participação em atividades físicas moderadas a vigorosas, além de poucas experiências em ambientes como escola, casa e comunidade (DUARTE et al., 2022). Com o aumento do uso da internet e recursos eletrônicos, crianças têm menos tempo para práticas motoras, o que pode prejudicar o desenvolvimento motor (YUAN et al., 2024). Assim, indivíduos mais estimulados têm maiores chances de apresentar melhor desempenho motor comparado a aqueles com pouca estimulação. Fatores da Tarefa Nível de aptidão física: A interação entre genética, nutrição e atividade física define os limites máximos e mínimos do que se pode esperar em termos de aptidão física. A aptidão física pode ser dividida em aptidão relacionada à saúde e ao desempenho ou esporte. A aptidão relacionada à saúde inclui força, resistência muscular, resistência aeróbica, flexibilidade e composição corporal. O grau de cada um desses fatores pode influenciar o potencial de desempenho em tarefas motoras. Por exemplo, para sacar uma bola no voleibol, a criança precisa de um nível de força adequado. Aptidão física relacionada ao desempenho (ou ao esporte): Inclui todos os componentes relacionados à saúde, além de velocidade, agilidade, equilíbrio, coordenação e potência, que são necessários para tarefas esportivas. Biomecânica: A realização de tarefas motoras envolve o uso de mecânicas eficientes, aprendidas com a prática. Por exemplo, o equilíbrio, que envolve a capacidade de balancear as forças aplicadas ao corpo em diferentes posições, e a força, que pode ser aplicada ao corpo ou objetos ou recebida pelo corpo ou objetos. Todos esses fatores interagem entre si e podem influenciar positiva ou negativamente o desenvolvimento motor ao longo da vida. Referência: GALLAHUE, David; OZMUN, John; GOODWAY, Jacqueline. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. Porto Alegre: AMGH, 2013

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O desenvolvimento humano abrange as mudanças contínuas que ocorrem no funcionamento do corpo ao longo de todo o ciclo da vida (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013). Essas mudanças podem estar relacionadas a fatores somáticos, biológicos e fisiológicos, sexuais, afetivos, cognitivos e motores. O desenvolvimento motor, especificamente, refere-se às alterações no comportamento motor desde a concepção até a morte, resultantes da interação entre a biologia do indivíduo, as exigências das tarefas motoras e as condições do ambiente de aprendizagem.

O desenvolvimento motor é influenciado por diversos fatores que atuam de forma conjunta ou isolada. Para facilitar a compreensão, vamos dividi-los em fatores relacionados ao indivíduo, ao ambiente e à tarefa.

Fatores do Indivíduo

Direção do desenvolvimento: O desenvolvimento motor ocorre da cabeça para os pés (cefalocaudal) e do centro do corpo para as extremidades (proximodistal). Essa sequência é observada no bebê, desde a estabilização da cabeça, passando pelo pescoço, tronco, braços e pernas. Da mesma forma, a progressão dos movimentos controlados segue essa ordem, com o bebê rolando, sentando-se, engatinhando e caminhando. Acredita-se que essas direções (cefalocaudal e proximodistal) permaneçam em operação ao longo da vida, até o envelhecimento, quando a tendência é ocorrer o processo inverso, com os membros inferiores sendo os primeiros a regredir.

Taxa de crescimento: A taxa de crescimento é um processo universal para todos os indivíduos e relativamente resistente a influências externas. Crianças que estão abaixo da média de crescimento podem alcançar a estatura de outras crianças da mesma idade. No entanto, problemas como alimentação inadequada, baixo peso ao nascer e desequilíbrios hormonais, se não tratados, podem impactar o desenvolvimento motor e cognitivo.

Prontidão: Este conceito refere-se ao momento em que as exigências da tarefa, a biologia do indivíduo e as condições ambientais convergem, permitindo o domínio de uma habilidade. A prontidão depende da maturidade do indivíduo, das oportunidades do ambiente e da sensibilidade do professor em reconhecer quando o aluno está pronto para aprender determinada habilidade. Isso pode ter diversas implicações nas oportunidades de aprendizagem ao longo da vida.

Períodos sensíveis de aprendizagem: Este é o período em que a aquisição de certas habilidades ocorre de maneira mais eficiente e eficaz. Os períodos sensíveis estão ligados à prontidão, ou seja, ocorrem quando a criança está preparada para aprender uma habilidade específica.

Diferenças individuais: Cada pessoa é única e segue seu próprio cronograma de desenvolvimento, influenciado por hereditariedade e fatores ambientais. Existem idades médias para a aquisição de habilidades, que servem apenas como referências aproximadas. No entanto, pode haver variações de seis meses a um ano em relação a essas médias. As diferenças individuais explicam por que algumas pessoas estão prontas para aprender novas habilidades enquanto outras não, refletindo a prontidão.

Fatores do Ambiente

Interação entre pais e filhos: Acredita-se que exista um período sensível prolongado para o estabelecimento de vínculos entre pais e bebês nos primeiros meses de vida. A ausência dessa interação pode afetar tanto o ritmo quanto a extensão do desenvolvimento motor.

Estímulo e privação: Indivíduos que não têm acesso a oportunidades, apoio de pais, familiares e amigos, ou a espaços adequados para práticas motoras, podem ter seu desenvolvimento motor, envolvimento com o exercício, esportes e composição corporal negativamente afetados. Outro fator importante é o tempo excessivo gasto em atividades sedentárias e a falta de participação em atividades físicas moderadas a vigorosas, além de poucas experiências em ambientes como escola, casa e comunidade (DUARTE et al., 2022). Com o aumento do uso da internet e recursos eletrônicos, crianças têm menos tempo para práticas motoras, o que pode prejudicar o desenvolvimento motor (YUAN et al., 2024). Assim, indivíduos mais estimulados têm maiores chances de apresentar melhor desempenho motor comparado a aqueles com pouca estimulação.

Fatores da Tarefa

Nível de aptidão física: A interação entre genética, nutrição e atividade física define os limites máximos e mínimos do que se pode esperar em termos de aptidão física. A aptidão física pode ser dividida em aptidão relacionada à saúde e ao desempenho ou esporte. A aptidão relacionada à saúde inclui força, resistência muscular, resistência aeróbica, flexibilidade e composição corporal. O grau de cada um desses fatores pode influenciar o potencial de desempenho em tarefas motoras. Por exemplo, para sacar uma bola no voleibol, a criança precisa de um nível de força adequado.

Aptidão física relacionada ao desempenho (ou ao esporte): Inclui todos os componentes relacionados à saúde, além de velocidade, agilidade, equilíbrio, coordenação e potência, que são necessários para tarefas esportivas.

Biomecânica: A realização de tarefas motoras envolve o uso de mecânicas eficientes, aprendidas com a prática. Por exemplo, o equilíbrio, que envolve a capacidade de balancear as forças aplicadas ao corpo em diferentes posições, e a força, que pode ser aplicada ao corpo ou objetos ou recebida pelo corpo ou objetos.

Todos esses fatores interagem entre si e podem influenciar positiva ou negativamente o desenvolvimento motor ao longo da vida.

Referência:

GALLAHUE, David; OZMUN, John; GOODWAY, Jacqueline. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. Porto Alegre: AMGH, 2013

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Como dar feedback aos alunos https://blog.heyduca.com.br/como-dar-feedback-aos-alunos/ https://blog.heyduca.com.br/como-dar-feedback-aos-alunos/#respond Thu, 05 Dec 2024 03:03:30 +0000 https://blog.heyduca.com.br/?p=671 O feedback é a informação sobre o desempenho ou a resposta de um movimento, desempenhando um papel crucial no aprendizado motor. Ele pode ser classificado de diversas maneiras, sendo as principais quanto à sua natureza: extrínseco e intrínseco. Tipos de Feedback Tipos de Feedback O feedback pode ser classificado conforme o tipo de informação fornecida: Frequência do Feedback A frequência com que o feedback é fornecido pode variar: Funções do Feedback O feedback é essencial para: Nos estágios iniciais de aprendizagem, o feedback é mais frequente para corrigir movimentos. Com o tempo, é importante reduzir essas informações para evitar que o aluno se torne dependente do feedback para realizar o movimento corretamente (SCHMIDT; WRISBERG, 2010). Referência SCHMIDT, Richard.; WRISBERG, Craig A. Aprendizagem e Performance Motora: uma abordagem da aprendizagem baseada na situação 5. ed. Porto Alegre: Grupo A, 2016

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O feedback é a informação sobre o desempenho ou a resposta de um movimento, desempenhando um papel crucial no aprendizado motor. Ele pode ser classificado de diversas maneiras, sendo as principais quanto à sua natureza: extrínseco e intrínseco.

Tipos de Feedback

  • Feedback Extrínseco: Também conhecido como feedback aumentado, é a informação que vem de uma fonte externa ao aprendiz, como comentários do professor, vídeos do jogo, pontuações em ginástica, entre outros.
  • Feedback Intrínseco: É a informação que vem do próprio aprendiz. Esta pode ser obtida através de percepções externas (visão, olfato, tato, audição e paladar – exterocepção) ou percepções internas dos músculos e articulações (propriocepção).

Tipos de Feedback

O feedback pode ser classificado conforme o tipo de informação fornecida:

  • Conhecimento de Resultado (KR): Informação recebida após a ação sobre o resultado do movimento, como o tempo de uma corrida, a nota em uma apresentação de ginástica, um gol realizado, ou uma cesta no basquete.
  • Conhecimento de Desempenho (KP): Informação sobre a qualidade do movimento, como se o movimento foi realizado com fluidez, se o pulso não quebrou no arremesso do basquete, se o ritmo da dança foi mantido com a música, entre outros.

Frequência do Feedback

A frequência com que o feedback é fornecido pode variar:

  • Concomitante: Dado enquanto a ação ocorre.
  • Terminal: Fornecido após o movimento.
  • Resumido: Dado após um número específico de tentativas.
  • Autocontrolado: Quando o aprendiz solicita o feedback.

Funções do Feedback

O feedback é essencial para:

  • Facilitar o alcance das metas.
  • Direcionar o foco de atenção.
  • Sintetizar informações importantes.
  • Controlar períodos de assimilação de informações.
  • Gerenciar a quantidade e a natureza das informações fornecidas.
  • Motivar o aprendiz em direção à meta.

Nos estágios iniciais de aprendizagem, o feedback é mais frequente para corrigir movimentos. Com o tempo, é importante reduzir essas informações para evitar que o aluno se torne dependente do feedback para realizar o movimento corretamente (SCHMIDT; WRISBERG, 2010).

Referência

SCHMIDT, Richard.; WRISBERG, Craig A. Aprendizagem e Performance Motora: uma abordagem da aprendizagem baseada na situação 5. ed. Porto Alegre: Grupo A, 2016

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A aprendizagem de habilidades motoras. https://blog.heyduca.com.br/a-aprendizagem-de-habilidades-motoras/ https://blog.heyduca.com.br/a-aprendizagem-de-habilidades-motoras/#respond Thu, 05 Dec 2024 03:01:46 +0000 https://blog.heyduca.com.br/?p=667 Para aprender uma nova habilidade motora, é essencial planejar cuidadosamente as experiências de aprendizagem que o aluno receberá. Essas experiências incluem desde a instrução dada pelo professor até a estruturação da prática. As instruções podem ser fornecidas de várias formas: verbalmente, por demonstração, ou uma combinação de ambas. Durante a execução da prática, correções e dicas são fornecidas, o que chamamos de feedback. Este feedback pode ser dado durante o movimento ou após a sua conclusão. Além disso, é fundamental definir como a prática da habilidade será mais eficiente. É sobre os tipos de práticas que abordaremos a seguir. Tipos de Prática O aprendizado de habilidades motoras requer prática repetitiva. A orientação dessa prática faz uma grande diferença no aprendizado. Para habilidades mais complexas, a prática física pode ser dividida em partes para facilitar o aprendizado: Como Escolher o Método de Prática A escolha do método de prática depende da natureza da habilidade (complexidade) e da interação dos componentes. A complexidade envolve o processamento de informações e o número de partes da habilidade, enquanto a interação se refere ao quanto os componentes se relacionam entre si. A figura abaixo ilustra como definir a prática de uma habilidade complexa: As setas amarelas representam o grau de complexidade e as azuis a interação entre os componentes. As setas voltadas para cima representam uma alta demanda e as seta para baixo, uma baixa demanda. Dessa maneira, o método de fragmentação pode ser usado para tarefas complexas com baixa interação entre componentes. Já o método de segmentação: pode ser usado para tarefas complexas com alta interação entre componentes. E, o método de simplificação pode ser usado para habilidades menos complexas, independentemente da interação entre componentes. Organização das Sessões de Prática Podemos ensinar múltiplas habilidades ou variações de uma mesma habilidade em uma sessão. No vôlei, por exemplo, podemos ensinar o toque, a manchete e o saque (diferentes habilidades) ou ensinar variações do saque para diferentes posições na quadra (variação de uma habilidade). Assim, quando ensinamos várias habilidades em uma mesma sessão de prática, podemos classificar como: Quando ocorre a prática de uma mesma habilidade em uma mesma sessão, podemos realizar das seguintes formas: A escolha da organização da prática depende do indivíduo (nível de dificuldade, experiências prévias e estágio de aprendizagem), da tarefa e do ambiente. A literatura ainda não é conclusiva sobre qual organização é a melhor (AMMAR et al., 2023). Compreender esses métodos e aplicar a prática adequada pode otimizar o aprendizado de habilidades motoras, levando a uma melhoria significativa no desempenho dos alunos. Referências AMMAR, Achraf et al. The myth of contextual interference learning benefits in sports practice: a systematic review and meta-analysis. Educational research review. v. 39, 2023

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Para aprender uma nova habilidade motora, é essencial planejar cuidadosamente as experiências de aprendizagem que o aluno receberá. Essas experiências incluem desde a instrução dada pelo professor até a estruturação da prática. As instruções podem ser fornecidas de várias formas: verbalmente, por demonstração, ou uma combinação de ambas.

Durante a execução da prática, correções e dicas são fornecidas, o que chamamos de feedback. Este feedback pode ser dado durante o movimento ou após a sua conclusão. Além disso, é fundamental definir como a prática da habilidade será mais eficiente. É sobre os tipos de práticas que abordaremos a seguir.

Tipos de Prática

O aprendizado de habilidades motoras requer prática repetitiva. A orientação dessa prática faz uma grande diferença no aprendizado. Para habilidades mais complexas, a prática física pode ser dividida em partes para facilitar o aprendizado:

  • Fracionalização: Dividir a habilidade em partes e praticá-las separadamente. Exemplo: No nado crawl, praticar a batida de pernas com os braços apoiados em uma prancha e depois as braçadas com uma boia nas pernas, antes de juntar tudo.
  • Segmentação: Praticar uma parte da habilidade, adicionar uma segunda parte, e assim por diante. Exemplo: Na bandeja de basquete, praticar a passada com drible, depois adicionar o salto, e finalmente o arremesso.
  • Simplificação: Simplificar a habilidade. Exemplo: Praticar em câmera lenta ou usar uma bola mais leve no saque de tênis.

Como Escolher o Método de Prática

A escolha do método de prática depende da natureza da habilidade (complexidade) e da interação dos componentes.

A complexidade envolve o processamento de informações e o número de partes da habilidade, enquanto a interação se refere ao quanto os componentes se relacionam entre si. A figura abaixo ilustra como definir a prática de uma habilidade complexa:

Figura 1: Como definir a prática de uma habilidade complexa.

As setas amarelas representam o grau de complexidade e as azuis a interação entre os componentes. As setas voltadas para cima representam uma alta demanda e as seta para baixo, uma baixa demanda.

Dessa maneira, o método de fragmentação pode ser usado para tarefas complexas com baixa interação entre componentes. Já o método de segmentação: pode ser usado para tarefas complexas com alta interação entre componentes. E, o método de simplificação pode ser usado para habilidades menos complexas, independentemente da interação entre componentes.

Organização das Sessões de Prática

Podemos ensinar múltiplas habilidades ou variações de uma mesma habilidade em uma sessão. No vôlei, por exemplo, podemos ensinar o toque, a manchete e o saque (diferentes habilidades) ou ensinar variações do saque para diferentes posições na quadra (variação de uma habilidade). Assim, quando ensinamos várias habilidades em uma mesma sessão de prática, podemos classificar como:

  • Prática Blocada: Ensinar uma habilidade e praticá-la por um tempo, depois ensinar e praticar outra habilidade por mais um tempo e assim por diante.
  • Prática Randômica: Alternar entre diferentes habilidades em cada tentativa de prática, como em um rodízio de alunos praticando saque, manchete e levantamento.

Quando ocorre a prática de uma mesma habilidade em uma mesma sessão, podemos realizar das seguintes formas:

  • Prática Constante: Praticar uma variação da habilidade por um tempo antes de mudar para outra variação.
  • Prática Variada: Alternar entre variações da habilidade em cada tentativa.

A escolha da organização da prática depende do indivíduo (nível de dificuldade, experiências prévias e estágio de aprendizagem), da tarefa e do ambiente. A literatura ainda não é conclusiva sobre qual organização é a melhor (AMMAR et al., 2023).

Compreender esses métodos e aplicar a prática adequada pode otimizar o aprendizado de habilidades motoras, levando a uma melhoria significativa no desempenho dos alunos.

Referências

AMMAR, Achraf et al. The myth of contextual interference learning benefits in sports practice: a systematic review and meta-analysis. Educational research review. v. 39, 2023

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O Processamento de Informação e a Tomada de Decisão https://blog.heyduca.com.br/o-processamento-de-informacao-e-a-tomada-de-decisao/ https://blog.heyduca.com.br/o-processamento-de-informacao-e-a-tomada-de-decisao/#respond Thu, 05 Dec 2024 02:53:29 +0000 https://blog.heyduca.com.br/?p=662 O ambiente e o nosso próprio corpo enviam estímulos constantemente. À medida que aprendemos uma habilidade, desenvolvemos nossas capacidades perceptivas: reagimos mais rapidamente a esses estímulos, tomamos decisões com maior velocidade, diminuímos nossa atenção no movimento e distribuímos melhor nossa atenção ao mundo externo. Além disso, com a prática, esses movimentos ficam armazenados na nossa memória, facilitando sua execução. A seguir, exploraremos esses aspectos perceptivos. Tempo de Reação e Tomada de Decisão Imagine uma prova de 100 metros rasos no atletismo: todos os atletas estão posicionados no bloco de saída, o árbitro apita e eles começam a correr. O intervalo entre o apito do árbitro e o início do movimento dos atletas é chamado de tempo de reação. Portanto, o tempo de reação é o período entre a apresentação do estímulo e o início da resposta. Em situações como a saída na natação, pisar no freio ao ver a luz de freio do carro da frente ou um goleiro defendendo uma bola rápida, o tempo de reação é crucial. O tempo de reação também indica a eficácia e a velocidade da tomada de decisão de uma pessoa. Por exemplo, ao receber um estímulo como uma bola vindo em sua direção, você precisa decidir rapidamente se vai segurar a bola, se defender dela ou rebater. Além disso, o tempo de reação e a tomada de decisão são influenciados por vários fatores, como o número de alternativas de estímulo-resposta e a compatibilidade entre o estímulo e a resposta. Com relação ao número de alternativas, quando há apenas um estímulo e uma resposta possível, o tempo de reação é mais rápido do que quando existem múltiplas opções. Por exemplo, em uma tarefa onde você precisa apertar um único botão quando uma luz acende, o tempo de reação será menor do que se você tiver que escolher entre três botões para três luzes de cores diferentes. A compatibilidade de estímulo-resposta refere-se ao grau de associação natural entre o estímulo e a resposta. Se uma luz acender do lado direito e você apertar um botão do lado direito, essa associação será mais fácil do que se tivesse que apertar o botão direito quando a luz acende no lado esquerdo. Para lidar com atrasos na tomada de decisão, é comum anteciparmos o estímulo, um processo chamado antecipação. A antecipação ocorre quando prevemos o que e quando algo acontecerá, permitindo uma resposta mais rápida. Isso pode ser benéfico, como em uma luta onde o atleta antecipa o golpe do adversário e se esquiva. No entanto, a antecipação também pode ter custos, como na largada de uma prova de 100 metros rasos, onde uma antecipação precoce resulta em desclassificação. Atenção e Precisão A atenção é a nossa capacidade de processar informações recebidas. Este é um processo mental limitado, pois não conseguimos processar todas as informações ao nosso redor simultaneamente. Recebemos estímulos do ambiente constantemente, mas nem todos chegam ao nível da nossa atenção. Por exemplo, ao ler este texto, sua atenção está focada no conteúdo. Se eu pedir para você sentir a sua roupa tocando sua pele, sua atenção se deslocará para isso, embora a sensação estivesse presente o tempo todo. Nossa capacidade de atenção é limitada, permitindo-nos focar em poucas coisas de cada vez. Quando dirigimos, por exemplo, recebemos muitas informações ao mesmo tempo: carros ao nosso redor, pedestres, música no rádio e o trajeto. Usar o celular para enviar uma mensagem compromete a atenção dedicada ao trânsito, aumentando o risco de acidentes. A complexidade da tarefa também influencia o quanto de atenção dedicamos a ela. Tarefas simples exigem menos atenção, permitindo a divisão da atenção com outra atividade. Já tarefas complexas demandam mais atenção, dificultando a execução simultânea de outra tarefa. Outro fator importante na aprendizagem é a precisão. Algumas tarefas requerem maior precisão, como acertar uma cesta de basquete ou um tiro no alvo. Existe uma relação entre precisão e velocidade: ao fazer algo rapidamente, tendemos a ser menos precisos, e ao tentar ser mais precisos, somos mais lentos. Este princípio é sustentado pela Lei de Fitts, que afirma que o tempo de movimento está linearmente relacionado com o índice de dificuldade do movimento. Quanto mais difícil a tarefa, mais lento somos. Nos estágios iniciais de aprendizagem (leia mais sobre os estágios no texto: “Os estágios para um desempenho proficiente”, disponível aqui no blog), a atenção está mais voltada para o movimento, dificultando a atenção ao ambiente. A tentativa de ser mais preciso torna o movimento mais lento. Portanto, ao ensinar uma nova habilidade, é importante reduzir estímulos ao redor e compreender que o momento será mais lento. Com o progresso da aprendizagem, o aprendiz consegue prestar mais atenção ao ambiente e aumentar a velocidade do movimento, tornando a tarefa mais fácil de realizar com precisão. Sistemas de Memória O que a memória tem a ver com os nossos movimentos? Quando um movimento persiste após um tempo de prática, ele fica armazenado na memória. Existem três sistemas de memória: armazenamento sensorial de curto prazo, memória de curto prazo e memória de longo prazo. Entender o processamento de informação e a tomada de decisão é fundamental para aprimorar nossas habilidades motoras e melhorar nossa capacidade de reação e precisão em diversas situações.

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O ambiente e o nosso próprio corpo enviam estímulos constantemente. À medida que aprendemos uma habilidade, desenvolvemos nossas capacidades perceptivas: reagimos mais rapidamente a esses estímulos, tomamos decisões com maior velocidade, diminuímos nossa atenção no movimento e distribuímos melhor nossa atenção ao mundo externo. Além disso, com a prática, esses movimentos ficam armazenados na nossa memória, facilitando sua execução. A seguir, exploraremos esses aspectos perceptivos.

Tempo de Reação e Tomada de Decisão

Imagine uma prova de 100 metros rasos no atletismo: todos os atletas estão posicionados no bloco de saída, o árbitro apita e eles começam a correr. O intervalo entre o apito do árbitro e o início do movimento dos atletas é chamado de tempo de reação. Portanto, o tempo de reação é o período entre a apresentação do estímulo e o início da resposta. Em situações como a saída na natação, pisar no freio ao ver a luz de freio do carro da frente ou um goleiro defendendo uma bola rápida, o tempo de reação é crucial.

O tempo de reação também indica a eficácia e a velocidade da tomada de decisão de uma pessoa. Por exemplo, ao receber um estímulo como uma bola vindo em sua direção, você precisa decidir rapidamente se vai segurar a bola, se defender dela ou rebater.

Além disso, o tempo de reação e a tomada de decisão são influenciados por vários fatores, como o número de alternativas de estímulo-resposta e a compatibilidade entre o estímulo e a resposta. Com relação ao número de alternativas, quando há apenas um estímulo e uma resposta possível, o tempo de reação é mais rápido do que quando existem múltiplas opções. Por exemplo, em uma tarefa onde você precisa apertar um único botão quando uma luz acende, o tempo de reação será menor do que se você tiver que escolher entre três botões para três luzes de cores diferentes.

A compatibilidade de estímulo-resposta refere-se ao grau de associação natural entre o estímulo e a resposta. Se uma luz acender do lado direito e você apertar um botão do lado direito, essa associação será mais fácil do que se tivesse que apertar o botão direito quando a luz acende no lado esquerdo.

Para lidar com atrasos na tomada de decisão, é comum anteciparmos o estímulo, um processo chamado antecipação. A antecipação ocorre quando prevemos o que e quando algo acontecerá, permitindo uma resposta mais rápida. Isso pode ser benéfico, como em uma luta onde o atleta antecipa o golpe do adversário e se esquiva. No entanto, a antecipação também pode ter custos, como na largada de uma prova de 100 metros rasos, onde uma antecipação precoce resulta em desclassificação.

Atenção e Precisão

A atenção é a nossa capacidade de processar informações recebidas. Este é um processo mental limitado, pois não conseguimos processar todas as informações ao nosso redor simultaneamente.

Recebemos estímulos do ambiente constantemente, mas nem todos chegam ao nível da nossa atenção. Por exemplo, ao ler este texto, sua atenção está focada no conteúdo. Se eu pedir para você sentir a sua roupa tocando sua pele, sua atenção se deslocará para isso, embora a sensação estivesse presente o tempo todo.

Nossa capacidade de atenção é limitada, permitindo-nos focar em poucas coisas de cada vez. Quando dirigimos, por exemplo, recebemos muitas informações ao mesmo tempo: carros ao nosso redor, pedestres, música no rádio e o trajeto. Usar o celular para enviar uma mensagem compromete a atenção dedicada ao trânsito, aumentando o risco de acidentes. A complexidade da tarefa também influencia o quanto de atenção dedicamos a ela. Tarefas simples exigem menos atenção, permitindo a divisão da atenção com outra atividade. Já tarefas complexas demandam mais atenção, dificultando a execução simultânea de outra tarefa.

Outro fator importante na aprendizagem é a precisão. Algumas tarefas requerem maior precisão, como acertar uma cesta de basquete ou um tiro no alvo. Existe uma relação entre precisão e velocidade: ao fazer algo rapidamente, tendemos a ser menos precisos, e ao tentar ser mais precisos, somos mais lentos. Este princípio é sustentado pela Lei de Fitts, que afirma que o tempo de movimento está linearmente relacionado com o índice de dificuldade do movimento. Quanto mais difícil a tarefa, mais lento somos.

Nos estágios iniciais de aprendizagem (leia mais sobre os estágios no texto: “Os estágios para um desempenho proficiente”, disponível aqui no blog), a atenção está mais voltada para o movimento, dificultando a atenção ao ambiente. A tentativa de ser mais preciso torna o movimento mais lento. Portanto, ao ensinar uma nova habilidade, é importante reduzir estímulos ao redor e compreender que o momento será mais lento. Com o progresso da aprendizagem, o aprendiz consegue prestar mais atenção ao ambiente e aumentar a velocidade do movimento, tornando a tarefa mais fácil de realizar com precisão.

Sistemas de Memória

O que a memória tem a ver com os nossos movimentos? Quando um movimento persiste após um tempo de prática, ele fica armazenado na memória. Existem três sistemas de memória: armazenamento sensorial de curto prazo, memória de curto prazo e memória de longo prazo.

  • Armazenamento Sensorial de Curto Prazo: É a nossa memória mais periférica, onde a informação é mantida até ser identificada e substituída pela próxima corrente. Acredita-se que seja quase ilimitada, mas de breve duração.
  • Memória de Curto Prazo: As informações que passam pelo armazenamento sensorial e atingem o nível de consciência são armazenadas aqui. É limitada e de duração breve.
  • Memória de Longo Prazo: As informações e experiências da vida são retidas por longos períodos. Acredita-se que seja ilimitada e de longa duração.

Entender o processamento de informação e a tomada de decisão é fundamental para aprimorar nossas habilidades motoras e melhorar nossa capacidade de reação e precisão em diversas situações.

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Teorias de Aprendizagem e Modelos de Aprendizagem https://blog.heyduca.com.br/teorias-de-aprendizagem-e-modelos-de-aprendizagem/ https://blog.heyduca.com.br/teorias-de-aprendizagem-e-modelos-de-aprendizagem/#respond Thu, 05 Dec 2024 02:52:09 +0000 https://blog.heyduca.com.br/?p=659 Na tentativa de entender como aprendemos movimentos e como adquirimos mudanças no nosso comportamento motor através da prática ou experiências, estudiosos realizaram diversas pesquisas, resultando em várias teorias. Aqui serão apresentadas somente duas teorias por oferecem explicações divergentes sobre como aprendemos a controlar o movimento. Essas teorias são: Teoria do Processamento de Informação e a Teoria dos Sistemas Dinâmicos. Teoria do Processamento de Informação A Teoria do Processamento de Informação sugere uma hierarquia em que o Sistema Nervoso Central (SNC) comanda todas as ações. De acordo com essa teoria, o SNC contém programas motores que são enviados aos músculos para execução dos movimentos. Dentro dessa teoria, existem dois tipos de circuitos: o circuito aberto e o circuito fechado: Os defensores dessa teoria acreditam que a aprendizagem ocorre através de programas motores abstratos situados no SNC, que armazenam normas adquiridas durante o processo de aprendizado. Teoria dos Sistemas Dinâmicos A Teoria dos Sistemas Dinâmicos desafia a ideia de programas motores, propondo que a aprendizagem se desenvolve a partir da interação entre percepção e ação, influenciada pelas restrições do indivíduo, do ambiente e da tarefa. Nesta abordagem, não há hierarquia; os sistemas nervoso e muscular se auto-organizam para que o movimento emerja. De acordo com essa teoria, o processo de aprendizagem ocorre através de uma sinergia entre os sistemas, buscando coordenação e controle do movimento. O movimento emerge da interrelação entre esses sistemas, adaptando-se continuamente às mudanças e restrições. Estágios de Aprendizagem a partir dessas teorias Teoria do Processamento de Informação Teoria dos Sistemas Dinâmicos Conclusão Ambas as teorias oferecem perspectivas valiosas sobre a aprendizagem motora. Enquanto a Teoria do Processamento de Informação foca na hierarquia e controle centralizado dos movimentos, a Teoria dos Sistemas Dinâmicos enfatiza a auto-organização e adaptação contínua. Compreender essas abordagens nos ajuda a melhor apoiar o comportamento motor em diversos contextos dentro da Educação Física.

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Na tentativa de entender como aprendemos movimentos e como adquirimos mudanças no nosso comportamento motor através da prática ou experiências, estudiosos realizaram diversas pesquisas, resultando em várias teorias. Aqui serão apresentadas somente duas teorias por oferecem explicações divergentes sobre como aprendemos a controlar o movimento. Essas teorias são: Teoria do Processamento de Informação e a Teoria dos Sistemas Dinâmicos.

Teoria do Processamento de Informação

A Teoria do Processamento de Informação sugere uma hierarquia em que o Sistema Nervoso Central (SNC) comanda todas as ações. De acordo com essa teoria, o SNC contém programas motores que são enviados aos músculos para execução dos movimentos.

Dentro dessa teoria, existem dois tipos de circuitos: o circuito aberto e o circuito fechado:

  • Circuito Aberto: Utilizado para atividades que requerem respostas rápidas. Após receber um estímulo, o cérebro programa a resposta e não há tempo para ajustá-la. Por exemplo, se uma bola é lançada rapidamente, a pessoa percebe a bola e decide o que fazer, mas não tem tempo de mudar sua decisão durante a execução.
  • Circuito Fechado: Utilizado quando há tempo suficiente para processar informações e ajustar a resposta. Se uma bola é lançada de forma mais lenta, a pessoa pode receber informações adicionais durante o movimento e ajustar sua resposta para uma melhor reação.

Os defensores dessa teoria acreditam que a aprendizagem ocorre através de programas motores abstratos situados no SNC, que armazenam normas adquiridas durante o processo de aprendizado.

Teoria dos Sistemas Dinâmicos

A Teoria dos Sistemas Dinâmicos desafia a ideia de programas motores, propondo que a aprendizagem se desenvolve a partir da interação entre percepção e ação, influenciada pelas restrições do indivíduo, do ambiente e da tarefa. Nesta abordagem, não há hierarquia; os sistemas nervoso e muscular se auto-organizam para que o movimento emerja.

De acordo com essa teoria, o processo de aprendizagem ocorre através de uma sinergia entre os sistemas, buscando coordenação e controle do movimento. O movimento emerge da interrelação entre esses sistemas, adaptando-se continuamente às mudanças e restrições.

Estágios de Aprendizagem a partir dessas teorias

Teoria do Processamento de Informação

  • Estágio Inicial: Criamos programas motores básicos.
  • Estágio Intermediário: Aperfeiçoamos esses programas com a prática.
  • Estágio Avançado: Estabelecemos comandos motores cada vez mais eficientes.

Teoria dos Sistemas Dinâmicos

  • Estágio Inicial: Congelamos alguns graus de liberdade do movimento (mantendo certas articulações fixas).
  • Estágio Intermediário: Liberamos e incorporamos esses graus de liberdade em unidades maiores de ação, chamadas estruturas coordenativas.
  • Estágio Avançado: Continuamos liberando graus de liberdade, explorando forças de ação passiva e buscando maior eficiência.

Conclusão Ambas as teorias oferecem perspectivas valiosas sobre a aprendizagem motora. Enquanto a Teoria do Processamento de Informação foca na hierarquia e controle centralizado dos movimentos, a Teoria dos Sistemas Dinâmicos enfatiza a auto-organização e adaptação contínua. Compreender essas abordagens nos ajuda a melhor apoiar o comportamento motor em diversos contextos dentro da Educação Física.

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